sexta-feira, 18 de setembro de 2015

The Sinking of the Titanic and Great Sea Disasters: Capítulo I

CAPÍTULO I

PRIMEIRAS NOTÍCIAS DO MAIOR DESASTRE MARÍTIMO DA HISTÓRIA

Como um relâmpago em um céu claro veio a mensagem sem fio na segunda-feira, 15 de Abril de 1912, que na noite de domingo o grande Titanic, em sua viagem inaugural através do Atlântico, atingira um gigantesco iceberg, mas que todos os passageiros estavam a salvo. O navio havia sinalizado seu desespero e outra vitória foi anunciada pelo telégrafo. Duas mil e cem vidas salvas!

Notícias complementares foram logo recebidas de que o navio havia colidido com uma montanha de gelo no Atlântico Norte, ao largo de Cape Race, Newfoundland, às 22h25 da noite de domingo, 14 de Abril. Às 4h15 da manhã de segunda-feira a Agência Marítima do Governo Canadense recebeu uma mensagem sem fio de que o Titanic estava afundando e que os navios o rebocando estavam tentando levá-lo para um banco de areia próximo a Cape Race, com o propósito de encalhá-lo.

Outras mensagens sem fio até o meio-dia de segunda-feira disseram que os passageiros do Titanic estavam sendo transferidos a bordo do navio Carpathia, um Curnarder, que deixou Nova York em 13 de Abril, com destino a Nápoles. Vinte botes carregados de passageiros do Titanic disseram ter sido transferidos, permitindo quarenta a sessenta pessoas em cada bote salva-vidas, algumas 800 ou 1.200 pessoas já haviam sido transferidas do danificado navio para o Carpathia. Eles foram relatados como sendo levados para Halifax, donde deveriam ser enviados por trem para Nova York.

Outro navio, o Parisian, da Allan Company, que partiu de Glasgow para Halifax em 6 de Abril, foi dito estar por perto e ajudando no trabalho de resgaste. O Baltic, Viriginian e Olympic estavam também próximos à cena, de acordo com as informações recebidas por wireless.


Enquanto gravemente danificado, o gigante navio foi reportado como ainda à tona, mas se ele poderia chegar ao porto ou ao banco de areia era incerto. Os oficiais da White Star declararam que o Titanic não estava em perigo imediato de afundar, por causa de seus numerosos compartimentos a prova d'água. 

"Enquanto estamos ainda sem informações definitivas", Mr. Franklin, vice presidente da White Star Line, disse depois à tarde, "nós acreditamos que os passageiros do Titanic chegarão a Halifax, na noite de quarta-feira. Nós temos recebidos mais nenhuma palavra do capitão Haddock, do Olympic, ou de nenhum outro navio aos arredores, mas há confiança de que não houve perda de vidas".

Com o entendimento de que os sobreviventes seriam levados para Halifax, a companhia se dispôs a fornecer trinta vagões de dormir, dois para refeições e muitas camionetas de passageiros deixaram Boston na noite de segunda-feira para Halifax para pegar os passageiros após terem desembarcado. Mr. Franklin supôs que os passageiros do Titanic chegariam a Halifax na quarta-feira. O Departamento de Comércio e Trabalho notificou a White Star Line que inspetores de alfândega e imigração seriam levados de Montreal para Halifax a fim de haver o menor atraso possível em obter os passageiros nos trens.

Segunda-feira à noite o mundo dormiu em paz e em segurança. Uma mensagem sem fio foi finalmente recebida, dizendo:

"Todos os passageiros do Titanic salvos".

Não foi até cerca de uma semana depois a descoberta do fato que esta mensagem foi indevidamente recebida na confusão de mensagens piscando através do ar, e que, na realidade, a mensagem deveria ter dito:

"Foram todos os passageiros do Titanic salvos?"

Com o amanhecer da terça-feira veio as terríveis notícias do verdadeiro destino do Titanic.

The Sinking of the Titanic and Great Sea Disasters: Introdução



O TITANIC


O maior e melhor navio do mundo; em sua viagem inaugural, carregado com uma carga humana de mais de 2.300 almas, colidiu com um enorme iceberg 965 quilômetros a sudeste de Halifax, às 23h40 do domingo 14 de abril de 1912, afundando duas horas e meia depois, levando consigo mais de 1.600 de seus passageiros e tripulantes.








CAPITÃO E.J. SMITH


Do malfadado gigante dos mares; um bravo e experiente comandante que foi levado à sua morte em seu último e maior navio












O NAUFRÁGIO DO TITANIC E GRANDES DESASTRES DO MAR

Um relato detalhado e preciso sobre o desastre marítimo mais terrível da história, construído a partir de fatos reais obtidos daqueles à bordo que sobreviveram.

Incluindo registros de grandes desastres marítimos anteriores, descrições dos desenvolvimentos de aparelhos de segurança e de salva-vidas, uma declaração clara das causas de tais catástrofes e de como evitá-las, o maravilhoso desenvolvimento da construção naval etc.

Com uma mensagem de consolação espiritual do Reverendo Henry Van Dyke, D.D.

Editado por Logan Marshall, autor de "Life of Theodore Roosevelt" etc.

Ilustrado com numerosas fotografias e desenhos autênticos.

DEDICATÓRIA

Às 1.635 almas que foram perdidas no malfadado Titanic, e especialmente àqueles homens heroicos que, ao invés de tentar salvar a si mesmos, ficaram de lado para que aquelas mulheres e crianças pudessem ter suas chances; a cada um deles que isso seja escrito, como foi escrito para Alguém maior - "Ele morreu para que outros vivessem".

"Eu fiquei em transe inimaginável, e uma agonia que não pode ser relembrada" - COLERIDGE


CONSOLAÇÃO ESPIRITUAL DO DR. VAN DYKE AOS SOBREVIVENTES DO TITANIC

O Titanic, o maior dos navios, se foi para seu túmulo no oceano. O que ele deixou para trás? Pense claramente.

Ele deixou dívidas. Vastas somas de dinheiro foram perdidas. Algumas delas são cobertas pelo seguro que será pago. O resto se foi. Toda a riqueza é insegura.

Ele deixou lições. O risco de cruzar o curso do norte quando este está ameaçado por icebergs é revelado. A crueldade de mandar um navio ao mar sem botes salva-vidas o suficiente para acomodar todas as pessoas é exibida e sublinhada em preto.

Ele deixou tristezas. Centenas de corações humanos e lares estão em luto pela perda de entes queridos e amigos. A simpatia universal a qual é escrita em todo rosto e ouvida em toda voz prova que o homem é mais do que os animais que perecem. Isto é uma evidência do divino na humanidade. Por que deveríamos nos importar? Não há razão no mundo, a não ser que há algo em nós que é diferente do cal, do carbono e do fósforo, algo que nos faz mortais capazes de sofrer juntos - "Pois temos todos nós um coração humano".

Mas há mais do que esta colheita de dívidas, lições e tristezas na tragédia do naufrágio do Titanic. Há um grande ideal. Isto é claramente colocado diante a mente e o coração do mundo moderno, para aprovar e acompanhar, ou para desprezar e rejeitar.

Isto é, "Mulheres e crianças primeiro!".

O que quer que tenha acontecido naquela terrível noite de Abril entre o gelo ártico, certamente que foi a ordem dada pelo firme e corajoso capitão; certamente que foi a lei obedecida pelos homens a bordo do navio condenado. Mas por quê? Não há nenhuma lei ou decreto de qualquer nação para fazer cumprir essa ordem. Não há nenhum vestígio de tal regra que possa ser encontrado na história de civilizações antigas. Não há nenhuma autoridade para isso entre as raças pagãs hoje. Em um navio chinês, se pudermos acreditar que é o informe de um representante oficial, a regra seria "Homens primeiro, crianças depois e mulheres por último".

Certamente não há argumento contra esta bárbara regra com bases físicas ou materiais. Na média, um homem é mais forte que uma mulher, ele vale mais que uma mulher, ele tem uma expectativa de vida maior que a de uma mulher. Não há nenhuma razão em toda a gama de ciência física e econômica, nenhuma razão em toda a filosofia do Super-Homem, por que ele deveria dar seu lugar em um bote salva-vida a uma mulher?

Da onde, então, essa regra que prevaleceu no naufrágio do Titanic veio? Ela veio de Deus, mediante a fé em Jesus de Nazaré.

É o ideal de sacrifício próprio. É a regra de que "os fortes devem suportar a fraqueza dos que são fracos". É a revelação divina que é resumida nas palavras: "Ninguém tem amor maior do que este, de dar alguém sua vida a seus amigos".

É preciso uma trágica catástrofe como o naufrágio do Titanic para trazer à tona a absoluta contradição entre este ideal e todos os conselhos do materialismo e do oportunismo egoísta.

Eu não digo que a semente deste ideal não possa ser encontrada em outras religiões. Eu não digo que elas são contra isso. Eu não peço que nenhum homem aceite minha teologia (que cresce tão curta e tão simples quanto eu cresço), a não ser que seu coração o conduza a ela. Mas isto eu digo: o ideal de força do forte lhes é dada para proteger e salvar os fracos, o ideal que dá vida a regra de "Mulheres e crianças primeiro", está em harmonia essencial com o espírito de Cristo.

Se o que Ele disse sobre nosso Pai no Céu é verdade, este ideal é extremamente razoável. Caso contrário, é difícil encontrar argumentos para isso. A tragédia dos fatos define a questão claramente diante de nós. Pense sobre isso. Este ideal é para sobreviver e prevalecer em nossa civilização, ou não?

Sem isso, sem dúvida, podemos ter riquezas, poder e domínio. Mas que mundo para se viver!

Somente através da crença de que os fortes são obrigados a proteger e salvar os fracos por que Deus quer assim, podemos ter esperança de manter auto-sacrifício, amor, heroísmo, e todas as coisas que nos faz felizes por viver e não ter medo de morrer.
HENRY VAN DYKE.

PRINCETON, N.J., 18 de Abril de 1912.

sábado, 12 de setembro de 2015

The Sinking of the Titanic and Great Sea Disasters: Fatos Sobre o Naufrágio do Titanic

FATOS SOBRE O NAUFRÁGIO DO TITANIC



Número de pessoas a bordo: 2.340; 
Número de botes salva-vidas: 20;
Capacidade de cada bote salva-vida: 50 passageiros e 8 tripulantes;
Capacidade máxima dos botes salva-vidas: cerca de 1.100;
Número de botes salva-vidas naufragados durante o lançamento: 4;
Capacidade de botes salva-vidas lançados seguramente: 928;
Número total de pessoas salvas pelos botes salva-vidas: 711;
Número de mortos nos botes salva-vidas: 6;
Número total de salvos: 705;
Número total de perdas no Titanic: 1.635.

A causa do desastre foi uma colisão com um iceberg na latitude 41.46 norte, longitude 50.14 oeste. O Titanic teve repetidos avisos de presença de gelo nessa parte do curso. Dois avisos oficiais foram recebidos definindo a posição de campos de gelo. Foi calculado no Titanic que ele chegaria aos campos de gelo a mais ou menos 23h00 da noite de domingo. A colisão ocorreu à 23h40. No momento o navio estava viajando a uma velocidade entre 21 e 23 nós, ou 41 quilômetros, por hora.

Não houve detalhes de marinheiros designados para cada barco.

Alguns botes deixaram o navio sem marinheiros o suficiente para comandar os remos.

Alguns botes não estavam com mais que meia lotação de passageiros.

Os botes não tinham provisões, alguns deles não tinham estoque de água, alguns estavam sem equipamento de navegação ou bússolas.


Em alguns botes, que levavam velas embrulhadas e amarradas, não havia uma pessoa com faca para cortar as cordas. Em alguns botes as velas no fundo foram arrancadas e as passageiras mulheres foram obrigadas a tamparem com suas mãos os furos para impedir que os botes inundassem e afundassem.

O capitão, E.J. Smith, almirante da frota da White Star, afundou com seu navio.

Livro: The Sinking of the Titanic and Great Sea Disasters - Tradução



O livro "The Sinking of the Titanic and Great Sea Disasters" foi um livro lançado ainda em 1912 pelo americano Logan Marshall. Por ter sido produzido no ano do naufrágio, Marshall pôde entrevistar os sobreviventes do desastre e teve acesso a vários documentos sobre o Titanic, incluindo diagramas, mapas e fotografias reais relacionadas a tragédia. O livro possui informações sobre o navio em si, além de narrar de uma forma humana os acontecimentos durante e após o naufrágio, revelando como ele afetou de forma profunda as vidas dos sobreviventes. O inquérito americano aberto para investigar o naufrágio também é detalhado no livro, tendo inclusive os relatos das testemunhas.

Como não consegui achar uma versão dele em português e por achar que este livro é algo que todos aqueles que admiram a história do Titanic deveriam ler ao menos uma vez, decidi traduzir ele e o publicar aqui em partes (capítulos).

As imagens que acompanharão os textos traduzidos não são necessariamente as mesmas que estão presentes no livro, nem tampouco estão necessariamente no mesmo local que se encontram no livro; muitas apenas servirão para ilustrar a publicação e tornar a leitura mais agradável. A formatação também não será necessariamente a original.

Alguns dados presentes no livro também serão modificados para melhor entendimento do leitor, como por exemplo a mudança da medida de milhas (original) para quilômetros.

Não sou fluente em inglês, então por isso peço que caso você encontre um erro na tradução, me avise por comentário e irei arrumar.

O primeiro capítulo será postado ainda hoje em um outro post. Aproveitem a leitura!